O termo vereda vem do latim “veredus” e significa caminho ou atalho estreito. Guimarães Rosa descrevia-a como os caminhos utilizados pelos viajantes, que buscavam livrar-se do cerrado denso, em busca de uma vegetação de gramíneas e terreno aplainado, onde havia melhores condições para o deslocamento.
Do aspecto fitogeográfico, as veredas encontram-se dentro do bioma cerrado, bioma este que abriga uma das maiores biodiversidades do planeta, pois é considerado o segundo maior domínio morfoclimático da América do Sul, possuindo um complexo vegetacional com várias tipologias; entre elas, a vegetação característica de veredas sendo esta formada por dois estratos: um herbáceo-graminoso contínuo e outro arbustivo-arbóreo.
As veredas são calhas condutoras de bolsões de água pluviais à montante que evoluem para aprofundamento à jusante, com formação de canais no solo, sendo que cada etapa evolutiva leva a mudanças e adaptações geomorfológicas e hidrológicas, seguida por transformações na sua cobertura vegetal. Além disso, são áreas de exsudação do lençol freático (nascentes), em vales rasos, com vertentes côncavas suaves, caracterizadas por diversos substratos e fundos planos, preenchidos por solos argilosos, turfosos e com elevada concentração de matéria orgânica.
As veredas presentes na RPPN fazem parte dos principais afluentes do rio Pandeiros ou fornecedores para os afluentes que compõem sua bacia hidrográfica. Na atualidade, são elas que garantem a perenização do rio e, consequentemente, do pantanal do Pandeiros, posto que todas as sub-bacias ainda perenes que desaguam direta ou indiretamente no rio, possuem veredas. Esse comportamento das veredas é explicado pela sua função de regularização da vazão, promovido pela capacidade de armazenamento de água nesses ambientes, garantindo, assim, uma vazão mínima permanente.
As veredas, popularmente conhecida como mãe das águas, tiveram seu reconhecimento como indicativas de manancial perene e reguladora da vazão de rede de drenagem em 1.988, que classificou esses ambientes como Área de Preservação Permanente - APP. Na RPPN Alesssandra Bello Vicintin estão presentes diversas veredas dentre elas: A Vereda Suçuarana; Vereda da Ponte, Vereda do Coité; e Vereda da Jaboticaba, que abastecem o Rio Pardo, outro importante afluente do Rio São Francisco.
Ainda, encontramos parte da vereda Pindaibal e, em sua totalidade, a vereda do Buriti Grosso que formam o córrego Pindaibal que deságua no Rio Pandeiros. A vereda do Buriti Grosso está totalmente inserida na área da RPPN. A microbacia da vereda Buriti Grosso é de 4.648 ha, dessa área, 4.298 ha são de cerrado e 350 ha são de veredas.
Todas as Veredas existentes na RPPN, são de extrema importância para o abastecimento e manutenção de dois grandes afluentes do rio São Francisco, o Rio Pardo e o Rio Pandeiros.
A RPPN situa-se no domínio fitogeográfico do cerrado, que é o maior domínio de paisagem do Estado de Minas Gerais.
A diversidade faunística do Cerrado é considerada área prioritária para conservação da vida no planeta pelo World Wildlife fundation – WWF.
Avifauna rica e diversificada abrangendo espécies pisitacíformes, falconiformes, tinamiformes, galliformes entre outros.